Bem-vindo ao Espaço Multidisciplinar! Este é um ambiente virtual dedicado a enriquecer a experiência educacional de alunos, pais e professores. No Espaço Multidisciplinar, acreditamos que o conhecimento é mais poderoso quando partilhado, e estamos comprometidos em criar um espaço inclusivo e inspirador para todos os membros da comunidade escolar.
sábado, 31 de agosto de 2024
quinta-feira, 29 de agosto de 2024
quarta-feira, 28 de agosto de 2024
terça-feira, 27 de agosto de 2024
segunda-feira, 26 de agosto de 2024
domingo, 25 de agosto de 2024
sábado, 24 de agosto de 2024
sexta-feira, 23 de agosto de 2024
"A rã Mainu"
"A rã Mainu" conto popular de Angola que faz parte do livro «Rãs, Príncipes e Feiticeiros» de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada.
quinta-feira, 22 de agosto de 2024
Balada das vinte meninas (poema e canção)
Balada das vinte meninas
Vinte
meninas, não mais,
Eu
via ali no beiral:
Tinham
cabecinha preta
E
branquinho o avental.
Vinte
meninas, não mais,
Eu
via naquele muro:
Tinham
cabecinha preta,
Vestidinho
azul escuro.
Vinte
meninas, não mais,
Na
torre acima de tudo:
Tinham
cabecinha preta,
e
capinha de veludo.
Vinte
meninas, não mais,
No
alto da ramaria:
Tinham
cabecinha preta,
Peúga
de fantasia.
As
minhas vinte meninas,
Capinhas
dizendo adeus,
Chegaram
na Primavera
A
acenaram lá dos céus.
As
minhas vinte meninas
Dormiam
quentes num ninho
Feito
de amor e de terra,
Feito
de lama e carinho.
As
minhas vinte meninas
Para
o almoço e o jantar
Tinham
coisas pequeninas,
Que
apanhavam pelo ar.
As
minhas vinte meninas
Com
roupinha de cotio,
Chegaram
na Primavera
Pois
vinham fugindo ao frio
Já
passou a Primavera
Suas
horas pequeninas:
E
houve um milagre nos ninhos.
Pois
foram mães, as meninas!
Eram
ovos redondinhos
Que
apetecia beijar:
Ovos
que continham vidas
E
asinhas para voar.
Já
não são vinte meninas
Que
a luz do Sol acalenta.
São
muitas mais! muitas mais!
Não
são vinte, são oitenta!
Depois
oitenta meninas
Eu
via ali no beiral:
Tinham
cabecinha preta
E
branquinho o avental.
Depois
oitenta meninas
Eu
via naquele muro:
Tinham
cabecinha preta,
Vestidinho
azul escuro.
Depois
oitenta meninas
No
alto da ramaria:
Tinham
cabecinha preta,
Peúga
de fantasia.
Mas
as oitenta meninas,
Capinhas
dizendo adeus,
Em
certo dia de Outono
Perderam-se
pelos céus.
Depois
oitenta meninas
Na
torre acima de tudo:
Tinham
cabecinha preta,
e
capinha de veludo.
E
as minhas tantas meninas
Lá
voaram, uma a uma:
E
eu fiquei cheia de frio
E
não voltou mais nenhuma…
Matilde
Rosa Araújo
Outra Margem poema de Maria Rosa Colaço
Outra Margem
E com um búzio nos
olhos claros
Vinham do cais, da
outra margem
Vinham do campo e da
cidade
Qual a canção? Qual a
viagem?
Vinham p’rá escola.
Que desejavam?
De face suja,
iluminada?
Traziam sonhos e
pesadelos.
Eram a noite e a madrugada.
Vinham sozinhos com o
seu destino.
Ali chegavam. Ali
estavam.
Eram já velhos? Eram
meninos?
Vinham p’rá escola. O que esperavam?
Vinham de longe.
Vinham sozinhos.
Lá da planície. Lá da
cidade.
Das casas pobres. Dos
bairros tristes.
Vinham p’rá escola: a novidade.
E com uma estrela na
mão direita
E os olhos grandes e
voz macia
Ali chegaram para
aprender
O sonho a vida a poesia.
Maria Rosa Colaço